Quanto custa uma sessão de terapia?

Eu sei que você não está com dinheiro sobrando — eu também não estou — e que tem em mente uma lista infinita de urgências para atender antes de pensar em colocar qualquer centavo do seu pouco dinheiro em uma terapia.

Logo em terapia, que é esse tipo de "remédio amargo" que resistimos tomar com todas as nossas forças.

Ainda mais pagar (caro) por isso!

Você pensa:

“É muito melhor gastar esse dinheiro em festas, micaretas, colocação, viagens, botox, drinks e pequenos mimos.”

Estou errado?

Vamos lá, de todos os estigmas que a terapia carrega — todos injustamente — um deles é que fazer terapia é caro.

Por maiores que sejam nossos esforços na luta contra toda forma de preconceito, o “fazer terapia” ainda é vítima de muitos deles.

Terapia é coisa pra gente doente

Exatamente como diziam nossos avós: “terapia é coisa de gente doida”.

A maior parte das pessoas desacreditam totalmente do valor que a prática traz.

Duvidam dos seus benefícios, atribuindo o tratamento terapêutico como uma prática exclusiva de pessoas doentes.

Em um mundo onde a saúde mental ainda é um tabu, essa crença apenas reforça a ideia de que não há necessidade de buscar ajuda até que algo muito grave aconteça.

Será que é preciso chegar ao “fundo do poço” para pedir ajuda?

Muitos apostam fervorosamente e não economizam dinheiro, investindo em drogas como ansiolíticos e antidepressivos para dar conta do sofrimento.

Há aqueles que até reconhecem algum valor na prática, mas nunca elegem o processo terapêutico como uma prioridade.

Tomados pela rotina, nunca têm tempo para se dedicar e nunca têm dinheiro para investir, porque “fazer terapia é caro”.

(A falta de tempo foi pauta na última edição do Mais Leve do Que Nunca. Confira aqui.)

Até o final deste texto, você vai descobrir comigo que o seu problema não está na falta de dinheiro.

O dinheiro, ou melhor, a falta dele, acaba virando mais uma entre tantas resistências, fortemente aliada às dinâmicas de autossabotagem que escapam à sua consciência.

Aqui estamos nós, em um texto que tem como desafio tentar responder à pergunta:

-Fi, quanto custa uma sessão de terapia?

Uma pergunta que poderia ter uma resposta direta, sem considerar as infinitas variáveis — objetivas e subjetivas — que envolvem o ato de fazer terapia, uma prática que não se enquadra na lógica do mercado nem nas leis do capital.

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