Espontaneidade: atrás do trio elétrico só não vai o Supereu

💡 Mais Leve Do Que Nunca - Edição #018

'Tô no meio da rua com água na boca
Vestida de rebeldia, provocando a fantasia”

 Super dica: Enquanto você lê esta edição, que tal ouvir "Proibido o Carnaval", canção de Daniela Mercury, na playlist do Mais Leve Do Que Nunca no Spotify? (🔗Ouça agora no Spotify!)

Cariocas não gostam de dias nublados

O Rio de Janeiro bateu o recorde de calor.
Sensação térmica digna de uma airfryer.

A famosa música de Fernanda Abreu, com os efeitos do aquecimento global, já não condiz mais com a realidade: o verão carioca de hoje faz parecer o do passado uma brisa leve e refrescante.

O calor assa os cariocas sem piedade.

No dia 17 de fevereiro, os termômetros atingiram 42 graus, e, pela primeira vez, foi disparado o alerta de nível de calor 4.

Será Que Abre?

Mas nada disso freia a empolgação dos foliões. Os blocos de pré-Carnaval já tomam conta da “capital do sangue quente, do melhor e do pior do Brasil”.

Olha quem fala: eu mesmo já estive – com fantasia e tudo mais – em alguns dos megablocos, desses que concentram às 7 da manhã no centro do Rio.

Haja empolgação!

Carnaval é isso: não há quem goste só um pouco. Não dá pra ficar em cima do muro; ou você ama ou você odeia.

Dias difíceis para aqueles que não suportam a folia e precisam se refugiar em algum lugar longe das purpurinas e do cheiro de xixi que toma conta das ruas da cidade.

Já para quem ama, são dias de glória – quase como se não houvesse amanhã.

Como uma panela de pressão que precisa de uma válvula de escape para não explodir, o carnaval permite uma breve suspensão das normas sociais.

Talvez essa seja a razão pela qual o carnaval brasileiro atinge proporções tão gigantescas e atrai gente do mundo inteiro.

É um período em que as regras se afrouxam, as fantasias tomam conta, e os foliões podem expressar e experimentar desejos e aspectos de si mesmos que, no resto do ano, permanecem reprimidos, censurados.

Então vamos lá... hora de afrouxar as leis da censura, colocar sua melhor fantasia, espalhar o glitter pelo corpo.

Capriche no protetor solar, pegue a sua skolbeats geladinha que o nosso bloco Mais Leve Do Que Nunca vai partir e não posso garantir onde nós vamos parar.

Carnaval: A festa onde você ainda pode ser quem era antes de se levar tão a sério

Cara de quem se arrumou todo mas chegou pro bloco no dia errado.

O Carnaval tem raízes antigas, que misturam tradições pagãs, festividades cristãs e costumes populares.

Ele remonta a celebrações de inverno da Antiguidade, como as Saturnálias romanas e os rituais dionisíacos na Grécia, festas marcadas pelo excesso, pelo prazer e pela suspensão temporária das normas sociais.

O nome Carnaval vem do latim carne vale, que significa algo como "adeus à carne".

A expressão surgiu porque a festa antecede a quaresma cristã, um período de 40 dias de jejum e penitência antes da Páscoa.

Durante a Idade Média, o carnaval era o momento de comer e aproveitar prazeres mundanos antes da restrição quaresmal, tornando-se, assim, a "festa da carne".

Mas o significado vai além do aspecto religioso.

O Carnaval sempre esteve associado à liberdade dos corpos, à inversão de papéis sociais e à liberação dos desejos reprimidos.

Durante a festa, as hierarquias eram suspensas, as máscaras permitiam anonimato e a subversão das regras era aceita – até incentivada.

Era o momento em que os prazeres do corpo, a sensualidade e os excessos eram vividos sem culpa, algo que ressoa até hoje.

O Carnaval na atualidade não é apenas uma festa de "despedida da carne" no sentido religioso, mas um grande espetáculo de expressão cultural, identidade e liberdade – especialmente no Brasil, onde atinge sua forma mais vibrante.

Pode parecer que este é um texto sobre carnaval, confete, glitter e serpentina.

🔥 Mas não se engane!

Arquitetei um plano mirabolante para fisgar sua atenção e convidá-lo a refletir sobre algo que lhe é muito caro — sua autenticidade e espontaneidade.

Talvez você já nem lembre mais o que é isso…

Atrás do trio elétrico só não vai o Supereu

Crescemos, e a dureza da vida nos empurra para assumir responsabilidades.

Para saciar nossas urgências secretas de aceitação, validação e reconhecimento, colocamos em risco aquilo que nos torna únicos.

Perdendo aos poucos o brilho, a alegria e a leveza de viver.

Essas virtudes são deixadas de lado, enquanto atender às regras rígidas, produzir algo útil e corresponder às normas e suas exigências se torna cada vez mais urgente.

Nesse processo, abrimos mão do que há de mais valioso: nossa própria identidade.

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